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Quem tem o direito de interpretar as escrituras?

De Deus não se zomba

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(Foto: Edição por Indicatu Web Notícias)

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A partir do século XII a igreja católica romana instituía em seu sistema jurídico a chamada ‘Santa inquisição’. Esses novos ‘grupos de instituições’, agora anexados ao sistema jurídico da igreja, visava prender, torturar, matar, ameaçar, perseguir e extrair confissões de indivíduos que, pelo prisma da igreja eram considerados hereges, blasfemadores, bruxos(as), autores ou praticantes de costumes vistos como “desviantes” do caminho ensinado pela ‘santa sé’ que, segundo ela, era o ‘caminho’ deixado pelos apóstolos, diretores “originais” da igreja de Cristo, cujo primeiro cabeça foi o apóstolo Pedro e que, de acordo com a igreja, deixara vago para sucessores o posto de líder, posto esse que mais tarde seria ocupado por homens conhecidos como ‘papas’, ou, ‘pais’ da igreja. Diz-se que, apenas na França, entre 90 mil e 100 mil homens e mulheres foram brutalmente perseguidos, presos, torturados e assassinados pelo esquema inquisitório adotado pela igreja a partir daquele século, tendo como ápice o tenebroso período conhecido como “a caça às bruxas”.  No entanto, outros afirmam que o número foi muito maior, podendo ter vitimado milhões de pessoas das mais diversas vertentes, praticantes daquilo que passara a ser considerado “pecado” aos olhos da igreja. Os tipos de execuções usados pelos autores daqueles crimes variavam entre enforcamentos, queima em fogueira, estripação e muitos outros horrores. Entre os “pecados” estavam ‘sonhos’, ‘leitura e posse do livro sagrado’, ‘tradução do livro sagrado e o seu ensino’, seja ele público ou particular, a oração do pai nosso por pessoas comuns, dentre outros. Dentro desses “pecados originais”, digamos assim, abria-se o leque para uma infinidade de novos pecados à medida em que a vítima ali interrogada era acusada dos pecados originais pelos inquisidores que habilmente ligavam essas confissões a outros “pecados” que eles deduziam que a vítima teria praticado, quando na verdade aquilo não passava de imaginação daqueles falsos juízes. Era como se você dissesse para alguém que gosta de chocolate e esse alguém deduzisse que, por você gostar de chocolate, gostaria também de suco de cacau. No fim das contas, a pessoa pagava até pelo que não tinha feito, apesar do fato de que as coisas das quais elas eram acusadas não era algo condenado por Deus, o autor da bíblia.

Mas, a questão é: a igreja estava certa em reprimir, censurar, tentar impedir, ou pior, torturar e matar aqueles que se dedicavam ao estudo sério e sincero da bíblia? Há embasamento bíblico, divino, onde Deus insinua ou afirma que Ele reservou o estudo e o ensino da sua palavra como sendo algo restrito a uma igreja e sua liderança ou grupo de homens, autorizando estes a fazer o que a igreja fez, ou quem sabe, fazer adaptações da inquisição original para se praticar o que seria hoje uma espécie de “nova inquisição” contra aqueles que estudam a palavra de Deus e levam esse conhecimento ao público geral? Vejamos o que a bíblia diz.

O mordomo fiel e discreto

Em sua conversa com os apóstolos no monte das oliveiras, Jesus garantiu que haveria um grupo de homens capazes, guiados por ele, para “dar o alimento aos domésticos”. Ele chama esse grupo de “O escravo (mordomo) fiel e discreto (prudente). Ele descreve a função desse “escravo” nas seguintes palavras:

“Quem é realmente o escravo fiel e discreto (prudente), a quem o seu amo encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o seu alimento no tempo apropriado?” (Mateus 24:45).

Assim sendo, existe um ‘escravo’ encarregado para dar o alimento aos domésticos. Significa isso que esse escravo tem o direito exclusivo de alimentar os domésticos de Cristo? Escravos não têm direitos. Eles têm deveres, obrigações, tarefas e metas a cumprir e recebem um salário pela realização dos seus trabalhos como escravo. Nesse sentido, o escravo tem a “obrigação” de dar o alimento aos domésticos. Isso não é um direito. É um dever. E o que isso quer dizer? Quer dizer que, qual escravo, ele tem a “obrigação” de fazer isso. Ele não pode interromper o suprimento desse alimento. Esse é o dever dele, não o direito. Ele não pode reivindicar esse direito para si, pois, toda a autoridade que ele tem foi-lhe concedida pelo amo, Jesus Cristo.

Para ilustrar, imagine a seguinte situação. “Um jovem casal recém casado contrata uma jovem para ser a empregada da casa. Passam-se alguns anos e aquele casal tem 4 filhos. As crianças cresceram e a filha mais velha está agora com 14 anos. O casal resolve fazer uma viagem e deixa as crianças aos cuidados daquela empregada. Antes de partirem, os pais compram alimentos suficientes para os dias em que estarão fora. Ao partirem, a casa e tudo o que há nela está agora sob a supervisão da empregada. Ela acompanhou de perto o crescimento das crianças e elas se dão muito bem com a comida que ela faz. A filha mais velha, que sempre observava a empregada cozinhar, aprendeu a cozinhar também. A empregada sabe das suas obrigações, que é seu dever manter as crianças bem alimentadas e limpas. A filha mais velha, uma vez ou outra faz a própria comida usando os alimentos que seus pais compraram antes de partirem. Os irmãozinhos dela gostam da comida que ela faz e também comem dela. A empregada não impede que ela cozinhe nem fica com inveja. Ao invés disso, ela se sente orgulhosa, pois sabe que a garota cozinha bem porque aprendeu com ela, e seus dotes culinários estão sendo passados pra frente. Diante de tal situação, que coisas desagradáveis poderiam acontecer?

Como nasceu a inquisição (ilustração)

Digamos que, ao invés de ficar feliz em ver a menina cozinhar, aquela empregada diz para os irmãozinhos dela não comerem a comida porque ela põe veneno nela e isso lhes fará mal. Que mentira maldosa. A empregada enciumada passa a perseguir a garota e diz que ela não tem o “direito” de fazer comida na casa porque a cozinheira ali é ela e seus pais a pagam pra isso. Sim, ela é a empregada. A garota, no entanto, é filha do casal, e além disso, usa o alimento comprado pelos pais pra fazer suas comidinhas. Muito enraivada por não conseguir convencer a menina a parar de cozinhar, a empregada a põe pra fora de casa alegando que a comida dela está fazendo mal para as crianças. Fora de casa, a menina é sequestrada e posta em um cativeiro sujo regado a pão e pouca água. Por causa das más condições do cárcere, a menina adoece e morre. Quando os pais das crianças voltam de viagem, que desculpa aquela empregada terá para dar aos seus patrões? Ela pode argumentar que a garota saiu de casa porque queria ter liberdade, e que ela, uma simples empregada, não podia fazer nada para impedir, alegando até que a menina brigava e gritava com ela dizendo que ela não tinha o direito de mantê-la “presa” ali. Mas o que ela não sabe é que, antes de partir, os pais das crianças haviam instalado secretamente câmeras por toda a casa e podiam ver e escutar de muito longe tudo o que se passava ali. Qual será o destino daquela empregada?

Como a inquisição foi intensificada (ilustração)

Agora, imagine uma outra situação. Digamos que o ciúme não é mais da empregada, e sim dos irmãozinhos da jovem. Como são mais novos, eles entendem que não podem fazer sua irmã mais velha parar de cozinhar. Eles têm ciúmes dela porque veem a empregada elogiando a garota pelas boas comidas que aprendeu a fazer com ela. Enraivados, eles começam a mentir, dizendo que comeram a comida da irmã e passaram mal. Pior. Eles põem veneno na própria comida para adoecerem e culpar sua irmã, obrigando a empregada a impedir que a menina cozinhe. Agora eles estão felizes. Sua irmã não recebe mais elogios pelas habilidades que tem como cozinheira. Pior. Sua reputação está destruída por causa de uma mentira contada pelos próprios irmãos, além de estar deprimida, sentindo-se culpada por partilhar seu pão saudável que, na imaginação dela, matava a fome dos seus irmãos hipócritas. Mas, como no primeiro caso, os pais daquelas crianças haviam instalado câmeras por toda a casa e podiam ver e ouvir tudo o que se passava ali. Eles sabem que a jovem é inocente, mas, até que retornem, esclareçam os fatos e disciplinem os caluniadores, a garota terá de viver com a culpa.

Nessas ilustrações, os pais são Jeová Deus e Jesus Cristo. Eles veem e ouvem tudo o que se passa na terra, incluindo os suspiros e gemidos dos inocentes. A empregada é o escravo fiel e discreto (prudente), e os filhos são as ovelhas, os discípulos de cristo.

 Jesus deixou claro o que aconteceria ao “escravo” caso ele não alimentasse ou maltratasse os domésticos:

“Mas, se aquele escravo disser no coração: ‘Meu senhor demora a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, e a comer, beber e se embriagar, o senhor daquele escravo virá num dia em que ele não espera e numa hora que ele não sabe, e o punirá com a maior severidade e lhe designará um lugar entre os infiéis” (Lucas 12:45, 46).

Para os falsos irmãos que caluniam os próprios irmãos ou causa-lhes tropeço, o castigo não será menos doloroso:

“Que o injusto continue em injustiça, e que o imundo continue na sua imundície; mas que o justo continue em justiça, e que o santo continue em santidade.

Escute: Venho depressa, e a recompensa que darei está comigo, para retribuir a cada um conforme as suas obras.
Lá fora estão os cães, os que praticam ocultismo, os que praticam imoralidade sexual, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica A MENTIRA.’”
(Apocalipse 22:11, 12, 15).

Como vimos, o dever do ‘mordomo fiel e discreto’ é alimentar e cuidar bem dos domésticos, e não reivindicar direitos. No modelo de adoração cristã instituída por Jesus, a perseguição, a tortura, as falsas acusações, os assassinatos e as mentiras nunca tiveram espaço. Ocorreu que, durante o período daquilo que é chamado de “noite”, lobos opressivos se apossaram do rebanho de Cristo para fazer com ele o que bem queriam, usando o nome e a palavra de Deus para justificar os seus crimes.

Quem intima estudantes da bíblia a comparecer em tribunais religiosos para que parem de falar ou publicar os ensinos dela estão na verdade recriando a inquisição pagã da igreja e incorrendo no mesmo erro grave dela. Quem, por ciúme ou inveja, espalha boatos falsos com o nome desses estudantes com o intuito de causar-lhes desgaste em sua reputação para que passem a ser mal vistos e “desqualificados” de exercerem sua fé com o grupo ao qual eles estão associados, levam a mesma medida de culpa e responderão a Deus pelos seus atos sinuosos e astutos. Deus não é tolo para não saber discernir o que se passa em cada coração e ele conhece quais são as reais motivações de cada pessoa, o que elas querem de fato alcançar com suas fofocas e calúnias.

A igreja pagará a Deus por tudo o que fez aos inocentes estudantes da bíblia e beberá do cálice da sua ira. Beberá duas vezes o tanto que ela obrigou os santos e inocentes beberem (Apocalipse 18:6). O mesmo destino terá aqueles que, dentro ou fora das fileiras do povo organizado de Deus, usam de meias verdades para asfixiar ou calar a voz dos que falam sobre as coisas gloriosas do Criador, e cujo propósito é causar-lhes a morte. Fazendo isso, tornam-se cúmplices dos pecados de Babilônia e receberão com ela parte das suas pragas. (Apocalipse 18:4)

 

Agência Indicatu – SP/BR – 30/11/2020

Texto: Da redação

 

 

 

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